sábado, 18 de agosto de 2012

Vou porque preciso conhecer o mundo.
Vou porque as fotografias não me satisfazem: preciso dos ares, dos arredores, dos autores.
Mais do que a história de cada lugar, preciso conhecer quem narra o que é escrito.
Conhecer as distâncias e fazer parte do dia-a-dia, ser vizinha de seu povo,
me perder em suas ruas, tropeçar em suas pedras, provar da sua comida e falar sua língua.
Ser meretriz em Barcelona, apaixonada em Veneza, livre em Paris. Me casar em Dublin,
ser traída em Moscou, esquecer em Roma.
Ter um apartamento grande com quartos e salas inúteis,
um apartamento pequeno onde cada canto é casa,
uma casa com sacada e janelas enormes que dão pro jardim.

É por isso que eu preciso ir embora. As roupas já não me cabem,
o corpo já não me veste.
O que eu sei já não me conforta.
Sou doente de mim mesma e só consigo ser feliz quando deixo todas as minhas certezas e parto pro desconhecido.
Porque partir é mais do que abandonar as origens,
é se originar em outro canto e eu me reinvento todos os dias.

Vou porque o que tá lá fora me chama.
Vou, nem que seja pra descobrir que meu lugar é aqui.

Verônica H.

Um comentário:

L. Fernando Rintrah disse...

Obrigado Má,

também gosto de devanear por estas bandas!

=]