sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Simples como gotas de chuva
Simples como roupas no varal
Simples como beijos na varanda
Simples como luzes de Natal
Simples como moças na janela
Simples como flores no quintal
Por que que a gente inventa mil problemas?

Eu quero ser
Eu quero ter
Um amor bem simples, nada mais
Eu quero ver todo mundo ter
Um amor pra sempre, sempre em paz

Simples como estrelas no céu
Simples como filmes de Bruce Lee
Simples como caminhar na praia
Simples como Saint Exupery
Simples como uma Coca-Cola
Nos tempos do recreio da escola
Pra quê que a gente estuda teoremas?

As coisas andam tão complicadas
Poucas idéias, muita empolgação
Um fala, fala que não diz nada
Celebridades em celebração
Os meus amigos estão sem dinheiro

E não desligam a televisão
Eu só queria me divertir por aí


Simples
Manno Góes

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara.

Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

...

Faltava aquele ritmo que aquieta um coração jovem e cheio de curiosidades.
Faltava um romance entre a gente,
falsamente preenchido por filmes e músicas românticas.
Faltava um cansaço de prazer que me desse preguiça de olhar para outros homens.

Tati Bernardi

terça-feira, 9 de novembro de 2010

...

Hoje meu dia acordou mais triste;
consigo escutar sua voz, mais você não responde.
vejo você, mais não consigo te abraçar.

Não sei se o que mais me dói é a sua ausência ou a minha.
sinto meu peito apertado, uma angustia que não passa, e minhas lagrimas não secam.

Não tem explicação talvez você soubesse, talvez eu tenha feito pouco, talvez fosse diferente.

O Talvez é que me dói, pensar em como seria se você estivesse aqui novamente e pensar em fazer tudo outra vez.
Nossas risadas, nossas conversas, sua alegria, sua atenção, nossa amizade, uma historia.

Sentirei sua falta sempre.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

...

Existem tantas pessoas nesse mundo que se eu fosse ser
o que cada um pensa de mim eu seria várias. mas não,
eu sou só uma. só não sei qual delas...

Maysa

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

...

Não sei dizer se é pelo antes, onde nossas conversas estão conectadas, nossas duvidas e incertezas parecem mergulhar no mesmo ponto ou somente pelo entendimento simultâneo que nossas conversas nos causam.

Ou se é pelo encontro de alma, a química perfeita aquele momento exato, onde não preciso me esconder nem mentir; apenas me sentir livre pra sentir todos os meus impulsos e realizar todos os meus desejos, sabendo que você consegue realizá-los.

A mistura da razão com uma explosão de sentimentos.

Talvez seja a necessidade de estar junto, ou talvez a necessidade de estar longe para poder provar que posso vive sem.

Hoje posso dizer que mesmo com todas as duvidas viver sem é mais dolorido que não viver.

Os olhos, as palavras a segurança e ou o simples sorriso conseguem me conquistar, fazendo com que não consiga abrir mão do tão pouco e tão inseguro que eu posso ter ao seu lado.


15-10-2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"Tenha vida própria, me faça sentir saudades."

Martha Medeiros

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Juntos outra vez

Como assim, o quê acende o que a nós?

Depois sem olhar pra trás, pega e vai embora...

Desta vez, diz que por razões astrais.

Que pelo meu tom de vez, é outra pessoa.


E sumiu, você faz por merecer

Diga o que quis dizer

Com aquela históra

Eu você, somos como água e sal

Seja para bem ou mal, juntos outra vez...



Como assim, somos o maior dos sóis

E apesar de tanta luz, algo me atordoa..
.
Quando a sós, apesar de tão fatais

Sinto que o destino impôs e não houve escolha.



Quis fugir, desde que você partiu

O meu coração previu, que havia volta...

Temporal, a surpresa assim se fez

Quem diria até que enfim, juntos outra vez...



Juntos, como eu esperei...
Juntos, como eu esperei...

- 5 a Seco

terça-feira, 27 de julho de 2010

Fica sempre assim,

O dito pelo não dito

Essa instabilidade constante onde não se sabe quando começa ou se esta acabando.

Fica sempre aquele gosto de quero mais quando termina,

e uma inexplicável irritação quando não se tem por perto.

Um ciúme contido, um sorriso escondido, uma palavra não dita.

Talvez o medo da sua ausência faça com que eu esqueça quem eu sou e passe a ser quer você espera;

Ou talvez em algum momento meu desejo seja ser o que você espera.

A sua presença e ausência me levam aos meus mais extremos sentimentos,

já não sei mais onde é começo ou fim.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Você é a pessoa que mais se parece com a pessoa que eu inventei que você é."

Tati Bernardi

sábado, 10 de julho de 2010



Virou uma disputa de quem se mostra mais indiferente;
sou eu ou você.
No final tudo acaba ficando indiferente.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mesmo Quando A Boca Cala

Foi você me olhar de lado e eu ao lado doido para confessar,
Mesmo quando a boca cala o corpo quer falar.

Esses gestos incompletos, olhos tão repletos de te desejar,
O direito de ir e vir, o desejo de ficar.
Tudo isso pra dizer que eu não sei dizer onde é que isso vai dar,
Que eu não mando no querer, aliás, é o querer que quer me governar.

Hoje eu vivo pra dizer, eu digo pra viver, você é meu lugar,
Se o amor não nos quiser, então azar do amor, não soube nos amar...

Foi você me olhar de lado e eu ao lado doido para confessar,
Mesmo quando a boca cala o corpo quer falar

Esses gestos incompletos, olhos tão repletos de te desejar,
O direito de ir e vir, o desejo de ficar.
Tudo isso pra dizer que eu não sei dizer onde é que isso vai dar,
Que eu não mando no querer, aliás, é o querer que quer me governar.

Hoje eu vivo pra dizer, eu digo pra viver, você é meu lugar,
Se o amor não nos quiser, então azar do amor, não soube nos amar...

Vinicius Calderoni e Bruna Caram

domingo, 4 de julho de 2010


Eu sei que sou exatamente o que 98% dos homens não gosta ou não sabe gostar:
eu falo o que penso, abro as portas da minha casa,
da minha vida, da minha alma, dos meus medos.
Mas eles adoram uma sonsa. Adoram.
Mas dane-se. Um dia um louco,
direto do planeta dos 2% de homens, vai aparecer.


por
Tati Bernardi

domingo, 27 de junho de 2010

...

(...) Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais...

Mas aí, daqui uns dias.... você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."

Tati Bernardi

terça-feira, 22 de junho de 2010

...

Te demito das minhas idéias

você volta

se instala

me rouba

me carrega

não te vejo

só ouço teus passos

sinto

em forma pontiaguda

insistente

de saudade.

por Melina F.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Só numa multidão de amores

por Verônica H.

Eles não estavam trocando juras de amor, não andavam de mãos dadas, nem se chamavam por nomes infantis. Não tinha pieguice romântica ali. Mas foi a cena mais doce que eu vi: dois olhares se encontrando. Não só se encontrando: se confortando, se sabendo, se completando. Eu notei que eles eram algo além de amigos, que se desejavam e se protegiam, e foi só pela cumplicidade dos olhos, que deixavam de ser dois e se enlaçavam quatro.

Eu quis então ter um olhar pra mim. Não alguém pra chamar de meu, como diz o clichê, como grita a conveniência, mas um olhar que fosse meu por puro encaixe. Foi um pouco de inveja, talvez. Eu soube naquelas duas pessoas que elas não se sentiam sozinhas ou perdidas. Que mesmo depois de um dia cheio e chato, tinham uma certeza de carinho. E eu quis. Quis algo além da rotina do trabalho e gente fabricada com seus narizes perfeitos e cabelos penteados. Quis algo certo como o frio na barriga e a respiração travada, o coração esquecendo de bater. Quis algo errado que me fizesse bem só por escapar do caminho óbvio de toda noite. Uma espera no fim do dia, sabe? Essa espera. Não a espera de uma vida toda sem saber o que buscar pra ser feliz. Só sair do dia igual pra ter uma noite diferente. E tornar esse diferente comum só porque é bom estar perto.

Todo o amor que eu sufoquei por excesso de razão agora grita, escapa, transborda. Estou só numa multidão de amores, assim como Dylan Thomas, assim como Maysa, assim como milhões de pessoas; assim como a multidão de amores está só, em si. Demonstro minha fragilidade, meu desamparo. Eu não procuro alguém pra pentencer e ter posse, só quero uma fonte segura de amor que não dependa das obrigações, das falas decoradas, dos scripts prontos. Eu sei que eu abri mão de várias oportunidades. Sei que fiz pouco caso do amor que me entregaram de maneira pura e gratuita, só porque eu achava que podia encontrar coisa melhor. Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida.

Vou embora querendo alguém que me diga pra ficar. Estou sempre de partida, malas feitas, portas trancadas, chave em punho. No fundo eu quero dizer "Me impede de ir. Fica parado na minha frente e fala que eu tenho lugar por aqui, que não preciso abandonar tudo cada vez que a solidão me derruba. Me ajuda a levar a vida menos a sério, porque é só vida, afinal." E acabo calada, porque não faz sentido dizer tudo isso sem ter pra quem.

Eu não quero viver como se sobrevivesse a cada dia que passo sozinha. Não quero andar como se procurasse meu complemento em cada olhar vago. Eu acho que mereço mais que isso por tudo o que eu sei que posso fazer por alguém. E fico só esperando, na surpresa do dia que eu desencanar de esperar, um par de olhos que me faça ficar sem nenhuma palavra, nada além de dois olhos se enlaçando quatro. Nessa multidão de amores, sozinho é aquele que não espera.

domingo, 11 de abril de 2010

A Síndrome dos vinte e tantos

( a famosa 'crise do quarto de vida').

Você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos.
É cada vez mais difícil vê-los e organizar horários por diferentes questões: trabalho, estudo, namorado etc..
E cada vez desfruta mais dessa cervejinha que serve como desculpa para conversar um pouco.

As multidões já não são 'tão divertidas; E as vezes até lhe incomodam.
Você estranha o bem-bom da escola, dos grupos, de socializar com as mesmas pessoas de forma constante.

Mas começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos, outros não eram tão especiais depois de tudo.
Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez, esses amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as melhores pessoas que conheceu e que o pessoal com quem perdeu contato são os amigos mais importantes para você.

Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor.
Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto pôde lhe fazer tanto mal.
Ou, talvez, a noite você se lembre e se pergunte por que não pode conhecer alguém o suficiente interessante para querer conhecê-lo melhor.
Parece que todos que você conhece já estão namorando há anos e alguns começam a se casar.

Talvez você também, realmente, ame alguém, mas, simplesmente, não tem certeza se está preparado para se comprometer pelo resto da vida.

Os encontros de uma noite começam a parecer baratos e ficar bêbado e agir como um idiota começa a parecer, realmente, estúpido.
Sair três vezes por final de semana lhe deixa esgotado e significa muito dinheiro para seu pequeno salário.

Olha para o seu trabalho e, talvez, não esteja nem perto do que pensava que estaria fazendo. Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que tem que começar de baixo e isso lhe dá um pouco de medo.

Dia a dia, você trata de começar a se entender, sobre o que quer e o que não quer.
Suas opiniões se tornam mais fortes.
Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais do que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e adiciona coisas a sua lista do que é

aceitável e do que não é.

Às vezes, você se sente genial e invencível, outras… Apenas com medo e confuso.


De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá conta de que o passado se distancia mais e que não há outra opção a não ser continuar avançando.

Você se preocupa com o futuro, empréstimos, dinheiro… E com construir uma vida para você.
E enquanto ganhar a carreira seria grandioso, você não queria estar competindo nela.
O que, talvez, você não se dê conta, é que todos que estamos lendo esse textos nos identificamos com ele. Todos nós que temos ''vinte e tantos' e gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes.
Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na cabeça… Mas todos dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos que deixar de aproveitá-la por causa dos nossos medos.
Dizem que esses tempos são o cimento do nosso futuro.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

por Elisa Lucinda

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.


* existem texto que se encaixam perfeitamente em certos momentos da nossa vida,
talvez esse seja um deles; senti como se alguns trechos dele fossem retirados de dentro de mim!